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Giovanna Rossato


Sabe os pais? Pois é, deles você espera o amor, o carinho e tudo de bom. Mas alguns pais conseguem surpreender. Como o meu. Aliás, como os meus.

Os pais são aqueles que te dão amor, carinho, educação, te confortam nas horas difíceis, se preocupam com você, que dizem " eu te amo ". Juro não me lembrar da última vez que meu pai disse me amar. E olha que tenho uma memória muito boa.


Tudo começou naquela linda segunda-feira, que tinha de tudo para dar certo. Tudo. Mas acabei dormindo mais que a cama, então saí atrasada e com pressa de casa, por isso esqueci o material de matemática pra fazer monitoria.


Fui assistir à aula de Química normalmente e também a de Educação Física. Nessa aula jogamos basquete e eu estava na de fora, mas a Giselle me pediu para substituí-la. Estava jogando normalmente, quando torci o pé e caí no chão. Depois disso o jogo foi interrompido.


A professora colocou gelo e fiquei quieta lá no chão. No fim da aula, achei que tinha melhorado, mas na verdade não tinha. Estava ainda com muita dor e precisei de ajuda para sair da quadra. Aproveitei e liguei pro meu pai, pra ele me buscar, já que minha perna doía muito. Eu não ia aguentar subir a escada até o terceiro andar.


Quando cheguei em casa, fui maltratada como nunca tinha sido em toda minha vida. Estou triste, muito triste. Meus pais não me confortam mais, eles não estão me dando carinho.


De nada adiantou ele me dar tudo que quero, porque o que importa não são os bens materiais. Tudo o que eu queria ouvir agora, era um pedido de desculpas e ouvir dele um simples “eu te amo”. Será que é pedir muito?


Meus pais não entendem que a princesinha Giovanna de 5 anos, já cresceu e vai continuar crescendo. Uma hora me dizem pra mudar, outra dizem que preferem a Giovanna de 5 anos. O que os pais querem de nós, adolescentes?


Queria que não me pedissem pra mudar toda hora, queria que aceitassem como sou. Queria que confiassem mais em mim, porque eles dizem confiar, mas não confiam. E se me amam, poxa, que amor é esse? Tenho vontade de sair de casa depois daquele dia. E não me venha falar que é crise de adolescente, porque os adultos realmente não entendem, eles sofrem de um sério problema em que se esquecem que um dia foram adolescentes. Queria também que eles me respeitassem e aceitassem que eles podem estar sim, errados em alguns casos. Afinal, eles não são os donos da razão e se continuarem assim, vão perder meu coração.

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